sexta-feira, 21 de junho de 2019

HIGIENE BRÔNQUICA NA FISIOTERAPIA COM CRIANÇAS




Todas as manobras, manuseios, movimentos que favorecem a ventilação, promovem a higiene brônquica. Entre os recursos eficientes que não utilizam pressão torácica estão os alongamentos passivos e miofasciais dos músculos acessórios da respiração (cervicais, escapulares e peitorais). Ao serem utilizados em excesso os músculos acessórios diminuem a eficácia da função diafragmática e deixam a respiração mais superficial. Sendo assim, ao diminuirmos o esforço excessivo destes músculos, melhoramos a função do diafragmática e a mobilidade torácica, a respiração torna-se mais eficiente e favorece o deslocamento das secreções.  
Os posicionamentos que procuram beneficiar a função diafragmática também são excelentes recursos, já que, trabalhando de modo mais eficaz o diafragma promove melhor ventilação pulmonar, favorecendo a higiene brônquica. Em condições respiratórias graves as crianças fazem hiperextensão da cervical e torácica, elevando as últimas costelas, deixando o diafragma em condição desfavorável para trabalhar. Por isso, o fisioterapeuta deve coloca-las em posturas em que a pressão abdominal seja favorecida, utilizando trações durante o atendimento e travesseiros e rolinhos de posicionamento para posicionar a criança depois. 
Os apoios sobre o abdômen também são bons recursos para promover a higiene brônquica, uma vez que beneficiam a função diafragmática. Assim, o apoio no espaço íleo-costal e o apoio abdominal inferior podem ser utilizados para promover um estímulo proprioceptivo ao diafragma, o que tornará a função deste músculo mais eficiente, promovendo respirações mais profundas e, consequentemente o deslocamento de secreções. 
As manobras miofasciais sobre a caixa torácica, como a manobra circular do esterno, onde o fisioterapeuta realiza movimentos circulares sobre a fáscia, mas sem pressão, sobre a região esternal, contribui para uma melhor mobilidade torácica e, consequentemente, para um deslocamento mais eficiente das secreções. Lembre-se, todas as manobras, manuseios e movimentos que favorecem a ventilação, promovem a higiene brônquica.
Para saber mais sobre este modo de fazer e pensar a Fisioterapia Respiratória Pediátrica, visite o site RTA Online (https://rtaonline.com.br/o-metodo/tecnica). O RTA – Reequilíbrio Toracoabdominal – é um método de terapia manual global que tem por objetivo incentivar a ventilação pulmonar e promover a remoção de secreções pulmonares e das vias aéreas superiores através da reorganização do sinergismo muscular respiratório, que se perde na presença de disfunção respiratória.

quinta-feira, 20 de junho de 2019

AMBU E MANOBRAS DE HIGIENE BRÔNQUICA EM PEDIATRIA


Uma questão que surgiu na disciplina de Fisioterapia Pediátrica é se higiene brônquica deve ser feita sempre com ambu. Ocorre que o ambu havia sido apresentado durante uma fala como recurso interessante em algumas situações, mas como alguns dos acadêmicos ainda não haviam cursado a disciplina de Fisioterapia Pneumofuncional, surgiu a interrogação.
O ambu é utilizado em casos bem específicos como recurso para higiene brônquica, especialmente em situações em que os pacientes estão em ventilação invasiva e apresentam secreções muito espessas e, por isso, precisam de um recurso que, ao provocar um maior turbilhonamento do fluxo aéreo, favorece o deslocamento das secreções. Mas, para aproveitar esse questionamento, penso que podemos pensar sobre o deslocamento de secreções a partir de uma melhor ventilação pulmonar.
Pense comigo, nós não necessitamos de fisioterapia respiratória todas as vezes que fazemos uma infecção respiratória. Com frequência eliminamos secreções voluntariamente, não é mesmo?! Porque isso acontece? Porque possuímos uma boa condição muscular dos músculos tóracoabdominais. E porque nossos músculos tóracoabdominais funcionam adequadamente, ventilamos bem. E porque ventilamos bem, as secreções se deslocam e ascendem para as vias aéreas superiores e assim podemos eliminá-las, espontaneamente.
Apenas quando as secreções tornam-se mais espessas é que precisamos de auxílio para eliminá-las e este auxílio, muitas vezes, vem de medicamentos específicos e fisioterapia respiratória. A fisioterapia, nestes casos, necessitará utilizar-se de manuseios, posicionamentos, movimentos que favoreçam a higiene brônquica, de modo que a secreção seja eliminada com maior eficácia, evitando que seu acúmulo e espessamento agravem o quadro clínico.
A lógica das manobras de higiene brônquica é a mesma do ambu (mas só a lógica), que é a de aumentar o fluxo aéreo para deslocar as secreções e permitir que elas ascendam para as vias aéreas superiores. Várias são as manobras e manuseios que podemos utilizar para favorecer o deslocamento de secreções em crianças.
É preciso lembrar que com os pequenos os comandos verbais serão pouco ou nada eficientes, uma vez que ainda estão aprendendo a controlar seus músculos e movimentos. Por isso, manuseios são os recursos mais utilizados com os bem pequenos. Entre eles são eficientes os alongamentos passivos e miofasciais dos músculos acessórios da respiração (cervicais, escapulares e peitoral), posicionamentos, apoios sobre o abdômen, manobras miofasciais, cinesioterapia, entre outros recursos manuais.