quinta-feira, 29 de outubro de 2020

O QUE É DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR

Pensar o desenvolvimento humano, independente da perspectiva que se escolha, é pensar o corpo. Não se trata de ser biologicista, o fato é que o ser humano só é com um corpo. “Em síntese, o desenvolvimento do psiquismo humano, ou da mente humana, parte do corpo, é corpóreo, na medida em que o cérebro é um órgão do corpo e não o contrário”, diz Vitor da Fonseca.

Para compreender o que é Desenvolvimento Neuropsicomotor (DNPM) é preciso compreender o sujeito humano, enquanto um sujeito biopsicossocial, que pensa, sente, se relaciona, se emociona e se movimenta.

Mesmo antes de nascer o bebê já se movimenta dentro da barriga da mãe. Quando ele nasce, passa a perceber o mundo através de seus órgãos do sentido. Seus movimentos, logo que nasce, são todos reflexos. Mas, na medida em que os dias passam, ele vai percebendo o toque, a luz, os sons e novos movimentos vão surgindo. Seu cérebro vai fazendo relações, estabelecendo novas conexões (sinapses). A isso chamamos aprendizagem.

Nesta perspectiva, é impossível compreender o ser humano e seu desenvolvimento, por partes, como um quebra-cabeça. As aprendizagens motora, cognitiva, afetiva, social, sensorial, são indissociáveis. O desenvolvimento humano, assim como o amadurecimento de seu sistema nervoso, é absolutamente complexo e integrado. Sendo assim, pensar no desenvolvimento da criança, olhando apenas para seus aspectos motores é percebê-la de modo fragmentado e, portanto, incompleto.  O desenvolvimento infantil, é neuropsicomotor e também social, afetivo e simbólico. 

 

domingo, 25 de outubro de 2020

O SENTIDO DO CUIDADO É PARTE DO QUE NOS TORNA HUMANOS

Bebês humanos são ao mesmo tempo frágeis e potentes. Todo bebê recém-nascido e também a criança, ainda que plenos de saúde e vitalidade, necessitam dos cuidados básicos de alimentação e higiene, para sustentar a vida em seu corpo biológico.

Outros animais, especialmente os mamíferos, também cuidam de suas crias. Mas, apenas os humanos dão sentido ao cuidado, ao carinho e à existência de seus filhotes. A fragilidade de nossos filhotes é parte do que nos torna humanos. É no cuidado que ensinamos e aprendemos a tocar, olhar, ouvir, falar, sentir, ser.

Mesmo aqueles que não tem filhos, foram um dia filhos, netos, afilhados, sobrinhos de alguém. Vitor da Fonseca, psicomotricista português, diz que no desenvolvimento humano “o biológico não se opõe ao social, os dois fatores não se reduzem um ao outro, não são sequer incompatíveis. O biológico e o social coexistem dialeticamente”. 

Pensar o desenvolvimento da criança exige dos profissionais da saúde e da educação, olhar ampliado e pensamento complexo, de modo que seu pensar e seu fazer profissional se apoiem numa compreensão ampliada, e não fragmentada, do humano. 

Léla Mayer